Ministros reconheceram que Pros, atual Solidariedade, fraudou a cota de gĂȘnero na disputa das EleiçÔes 2020. Com isso, parlamentares CĂ©sar Gordin e Wesley Moreira foram cassados. Vereadores CĂ©sar Gordin (Ă esquerda) e Wesley Moreira (Ă direita). Reprodução/Redes sociais O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reconheceu que o Partido Republicano da Ordem Social (Pros), atual Solidariedade, fraudou a cota de gĂȘnero na disputa por cargos de vereador em Belo Horizonte durante as EleiçÔes 2020. Com isso, os mandatos dos parlamentares CĂ©sar Gordin (Solidariedade) e Wesley Moreira (PP) foram cassados. Durante uma sessĂŁo nesta terça-feira (12), os ministros decretaram a nulidade dos votos recebidos pela legenda, acompanhando o relator do caso, ministro Floriano de Azevedo Marques. O plenĂĄrio ainda determinou o recĂĄlculo dos quocientes eleitoral e partidĂĄrio. Ministro Floriano de Azevedo Marques, do TSE, durante sessĂŁo de julgamentos nesta terça-feira (12). Reprodução/TSE AlĂ©m disso, foi declarada a inelegibilidade de oito candidaturas femininas envolvidas na fraude. De acordo com o TSE, as candidatas nĂŁo se empenharam para anunciar a prĂłpria disputa ao pleito. Algumas nĂŁo votaram em si mesmas e tambĂ©m divulgaram outro candidato a vereador, do mesmo partido, nas redes sociais. “Nem no inĂcio da candidatura houve qualquer demonstração de ato efetivo de campanha”, destacou o ministro Floriano de Azevedo. No julgamento, a defesa dos investigados alegou que o autor da ação pediu desistĂȘncia e sustentou que o MinistĂ©rio PĂșblico Eleitoral (MPE) nĂŁo poderia assumi-la (entenda mais abaixo). TambĂ©m disse haver igualdade jurĂdica em outros processos jĂĄ concluĂdos, em que fraudes nĂŁo foram constatadas. O plenĂĄrio entendeu que as açÔes analisadas poderiam ser similares em alguns aspectos, mas nĂŁo idĂȘnticas, porque produziam consequĂȘncias diferentes. EntĂŁo a desistĂȘncia do requerente foi homologado, e o MPE assumiu o caso. Em nota, a CĂąmara Municipal de Belo Horizonte afirmou que "nĂŁo Ă© parte e nĂŁo se manifesta nesse processo", mas que a decisĂŁo serĂĄ cumprida. "Cabe Ă instituição apenas o cumprimento da decisĂŁo judicial, o que ocorrerĂĄ nos termos do voto do relator", informou a assessoria da CMBH. O g1 tenta contato com a defesa dos vereadores e do partido. Entenda o caso Edmar Martins Cabral, candidato do Partido Socialista Brasileiro (PSB) ao cargo de vereador de Belo Horizonte, em 2020, acusou o Pros de registrar as oito candidaturas femininas apenas para cumprir a cota de gĂȘnero exigida por lei. Segundo a acusação, NatĂĄlia Gomes Pereira, Bianca Angel Amaral, Nayssa Lyere CĂąndido Barbosa, Elaine Jaine de Assis Branco, CĂntia Juliana Ferreira de Abreu, Karine Souza dos Santos, Kathleen Iasmin Rocha da Silva e Viviane Cristina da Fonseca eram as candidatas. O Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) julgou os pedidos improcedentes, afirmando que as provas apontadas nĂŁo seriam suficientes para caracterizar a fraude Ă cota de gĂȘnero. Edmar, no entanto, apresentou recurso ao TSE, mas acabou desistindo da ação. O processo foi assumido pelo MinistĂ©rio PĂșblico Eleitoral (MPE), que conseguiu a cassação dos parlamentares na sessĂŁo desta terça. O que Ă© cota de gĂȘnero? Segundo a Lei 9.504/97, a cota de gĂȘnero Ă© uma ferramenta para contornar o problema da sub-representação das mulheres nas casas legislativas. A norma estabelece que cada partido polĂtico deve preencher o mĂnimo de 30% e o mĂĄximo de 70% para candidaturas de cada gĂȘnero. LEIA TAMBĂM: Justiça decreta prisĂŁo de ex-assessor parlamentar suspeito de participar de briga entre torcedores em BH Vereador demite assessor parlamentar suspeito de participar de briga entre torcedores em BH Suplente de Nikolas Ferreira perde cadeira na CĂąmara Municipal de BH, e candidato do Solidariedade assume como vereador Os vĂdeos mais vistos do g1 Minas:
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