Viatura que fica estacionada diante do hotel onde vítimas estavam hospedadas não estava lá, segundo parlamentar. Alerj pedirá explicações à Polícia Militar. Questionada sobre o policiamento na região, corporação não respondeu ao g1. Três médicos foram mortos em um quiosque na Barra da Tijuca, na madrugada desta quinta (5) Reprodução / TV Globo Deputados da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) questionam a Polícia Militar qual o motivo de não haver qualquer viatura baseada em frente ao Hotel Windsor Barra, na noite de quinta-feira (5), quando quatro médicos foram baleados — três morreram e um está internado. A prática é comum diariamente, principalmente, quando há congressos no local. Na quinta, estavam programados dois congressos no hotel. Um deles, o de ortopedia tinha como participantes as vítimas. De acordo com a polícia, eles foram atacados por engano: os traficantes buscavam Taillon de Alcântara Pereira Barbosa, que foi solto em setembro. Os criminosos pensaram que o médico Perseu Ribeiro Almeida fosse o miliciano (veja mais abaixo a dinâmica do ataque). "Passei pelo local meia hora antes do crime e não havia policiamento lá. A situação é muito grave e a segurança pública não pode ir para o ralo. É uma área turística e a polícia precisa estar presente para garantir a segurança das pessoas", afirmou o deputado Alan Lopes (PL). Criminosos percorreram 15 km sem abordagem De acordo com testemunhas e imagens de câmeras de segurança, três homens desceram de um carro e fizeram disparos contra os médicos. A polícia recolheu 33 cartuchos no local. Nas imagens não são vistos policiais e nenhuma abordagem foi feita aos criminosos. Investigações da Polícia Civil mostram que os traficantes, após o crime, seguiram por toda orla e depois pegaram a direção de Jacarepaguá onde esconderam o carro utilizado na Cidade de Deus. Eles percorreram 15 km. Não há notícia de qualquer abordagem ou confronto com policiais militares durante o trajeto. Uma patrulha com um sargento e um cabo foi acionada pela PM à 1h07. Cinco minutos depois estava no quiosque do Naná e se deparou com os quatro médicos caídos no chão. Dois deles morreram no local: Marcos de Andrade Corsato, de 62 anos, e Perseu Ribeiro Almeida, de 33. Diego Ralf Bomfim, de 35 anos, foi socorrido e não resistiu aos ferimentos. Daniel Sonnewend Proença, de 32 anos, também foi socorrido, sobreviveu e se encontra internado. Horas antes do crime, na quarta-feira (4), a PM publicou no Boletim Interno a mudança do comandante do batalhão da Barra da Tijuca. O coronel Flávio Henrique Santos Pires deixará o cargo e em seu lugar assumirá o tenente-coronel Alexandre Félix Barbosa. A data da posse ainda não foi anunciada. Marcos de Andrade Corsato, Daniel Sonnewend Proença, Diego Ralf Bomfim e Perseu Ribeiro Almeida Reprodução LEIA TAMBÉM: CASTRO SOBRE ATAQUE: 'Estamos falando de uma verdadeira máfia' PERÍCIA: Médicos assassinados levaram 19 tiros no total, apontam laudos MÉDICOS MORTOS: 'Foram assassinados por engano', diz secretário de polícia Em coletiva nesta sexta, o governador Cláudio Castro falou sobre a questão da segurança pública e disse que o RJ enfrenta uma "verdadeira máfia" (veja abaixo no vídeo). Governo do Estado e Ministério da Justiça debatem reforço na segurança O que diz a Polícia Militar Questionada sobre o crime e o policiamento na região, a PM não respondeu à reportagem. A corporação não explicou se havia ou não policiamento no início da madrugada de quinta-feira e se havia viatura diante do Windsor Barra. Em nota, a corporação explicou que "o policiamento na orla da Barra da Tijuca é de responsabilidade do 31° BPM (Recreio dos Bandeirantes), que atua ao longo de toda orla da Avenida Lúcio Costa com o emprego de policiais do Regime Adicional de Serviço (RAS), que atuam no referido esquema de segurança com o uso de viaturas, moto patrulhas e quadriciclos." E que o comando do 31° BPM (Recreio dos Bandeirantes) reforçou o policiamento em toda orla da Barra da Tijuca, com atenção especial para a rede hoteleira, por meio de rondas com o apoio do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq), de policiais do Programa Bairro Presente Américas e de outras unidades da Corporação." INFOGRÁFICO: Ação de bandidos que executaram três médicos no Rio durou 25 segundos Editoria de arte/g1
source https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2023/10/07/orla-da-barra-estava-sem-policiamento-na-noite-em-que-medicos-foram-baleados-diz-deputado-que-passou-pelo-local.ghtml